Mostrando postagens com marcador Tratamentos de Reversão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tratamentos de Reversão. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Exodus Internacional reconhece fracasso das terapias de reversão sexual e desisti de "curar gays".

O presidente do maior grupo de "reversão sexual" do mundo , Alan Chambers, recentemente ganhou as manchetes proclamando a grande mídia que não há cura para a homossexualidade. Ele também condenou a chamada "terapia reparadora", que visa alterar a orientação sexual de clientes, investigando a dinâmica de suas famílias. Enquanto na conferência anual da Exodus, mês passado, em São Paulo, Chambers disse ao repórter da Associated Press Patrick Condon:
"Eu realmente não acredito que a cura é uma palavra que é aplicável a qualquer luta, incluindo a homossexualidade. Para alguém dizer, "eu posso curar a homossexualidade" para mim é tão bizarro quanto alguém dizendo que eles podem curar qualquer outra tentação comum ou luta que qualquer pessoa enfrenta no Planeta Terra".
Logo depois, Chambers reiterou sua mudança de coração para Eric Eckholm do New York Times: Praticamente todos os "ex-gay" que ele já conheceu ainda abriga desejos homossexuais, inclusive ele próprio. Chambers, que deixou a vida gay para casar e ter dois filhos, disse que os cristãos gays como ele enfrentam uma luta ao longo da vida espiritual para evitar o pecado e não deve ter medo de admitir isso, disse Eric. Chambers reiterou que a Êxodos não podia mais tolerar a terapia reparativa.

A verdade é que esse novo posicionamento da Exodus a princípio não muda muita coisa, mas é um primeiro passo, de muitos que ainda precisam ser dados. Teoricamente eles vão deixar de oferecer terapias reparativas, mas isso pode ser apenas uma "estratégia" para se livrar da má impressão pública que a instituição vinha cultivando com essa práticas. O novo posicionamento do líder máximo da instituição muda apenas na questão reparativa, muda o incentivo em se curar algo incurável como ele mesmo assumiu, mas permanece a velha mentalidade de que homossexualidade é pecado e que o único jeito a partir de agora é manter o celibato.  Por outro lado, até as orientações de Chambers de fato fazerem efeito em todas as filiais da exodus espalhadas pelo mundo, ainda veremos muitos continuarem passando por tais terapias. 




domingo, 20 de maio de 2012

Dr. Robert L. Spitzer, famoso psiquiatra pede desculpas por estudo sobre "cura" para gays.



O fato foi simplesmente que ele fez tudo errado, e ao final de uma longa e revolucionária carreira, não importava com quanta frequência estivesse certo, o quão poderoso tinha sido ou o que isso significaria para seu legado.

O Dr. Robert L. Spitzer, considerado por alguns como o pai da psiquiatria moderna, que completa 80 anos nesta semana, acordou recentemente às 4 horas da madrugada ciente de que tinha que fazer algo que não é natural para ele.

Ele se esforçou e andou cambaleando no escuro. Sua mesa parecia impossivelmente distante; Spitzer sofre de mal de Parkinson e tem dificuldade para caminhar, se sentar e até mesmo manter sua cabeça ereta.
A palavra que ele às vezes usa para descrever essas limitações –patéticas– é a mesma que empregou por décadas como um machado, para atacar ideias tolas, teorias vazias e estudos sem valor.
Agora, ali estava ele diante de seu computador, pronto para se retratar de um estudo que realizou, uma investigação mal concebida de 2003 que apoiava o uso da chamada terapia reparativa para “cura” da homossexualidade, voltada para pessoas fortemente motivadas a mudar.

O que dizer? A questão do casamento gay estava sacudindo novamente a política nacional. O Legislativo da Califórnia estava debatendo um projeto de lei proibindo a terapia como sendo perigosa. Um jornalista de revista que se submeteu à terapia na adolescência, o visitou recentemente em sua casa, para explicar quão miseravelmente desorientadora foi a experiência.

E ele soube posteriormente que um relatório da Organização Mundial de Saúde, divulgado na quinta-feira (17), considera a terapia “uma séria ameaça à saúde e bem-estar –até mesmo à vida– das pessoas afetadas”.

Os dedos de Spitzer tremiam sobre as teclas, não confiáveis, como se sufocassem com as palavras. E então estava feito: uma breve carta a ser publicada neste mês, na mesma revista onde o estudo original apareceu.

“Eu acredito que devo desculpas à comunidade gay”, conclui o texto.
Perturbador da paz
A ideia de estudar a terapia reparadora foi toda de Spitzer, dizem aqueles que o conhecem, um esforço de uma ortodoxia que ele mesmo ajudou a estabelecer.

No final dos anos 90 como hoje, o establishment psiquiátrico considerava a terapia sem valor. Poucos terapeutas consideravam a homossexualidade uma desordem.

Nem sempre foi assim. Até os anos 70, o manual de diagnóstico do campo classificava a homossexualidade como uma doença, a chamando de “transtorno de personalidade sociopática”. Muitos terapeutas ofereciam tratamento, incluindo os analistas freudianos que dominavam o campo na época.

Os defensores dos gays fizeram objeção furiosamente e, em 1970, um ano após os protestos de Stonewall para impedir as batidas policiais em um bar de Nova York, um grupo de manifestantes dos direitos dos gays confrontou um encontro de terapeutas comportamentais em Nova York para discutir o assunto. O encontro foi encerrado, mas não antes de um jovem professor da Universidade de Columbia sentar-se com os manifestantes para ouvir seus argumentos.

“Eu sempre fui atraído por controvérsia e o que eu ouvi fazia sentido”, disse Spitzer, em uma entrevista em sua casa na semana passada. “E eu comecei a pensar, bem, se é uma desordem mental, então o que a faz assim?”

Ele comparou a homossexualidade com outras condições definidas como transtornos, tais como depressão e dependência de álcool, e viu imediatamente que as últimas causavam angústia acentuada e dano, enquanto a homossexualidade frequentemente não.

Ele também viu uma oportunidade de fazer algo a respeito. Spitzer era na época membro de um comitê da Associação Americana de Psiquiatria, que estava ajudando a atualizar o manual de diagnóstico da área, e organizou prontamente um simpósio para discutir o lugar da homossexualidade.

A iniciativa provocou uma série de debates amargos, colocando Spitzer contra dois importantes psiquiatras influentes que não cediam. No final, a associação psiquiátrica ficou ao lado de Spitzer em 1973, decidindo remover a homossexualidade de seu manual e substituí-la pela alternativa dele, “transtorno de orientação sexual”, para identificar as pessoas cuja orientação sexual, gay ou hétero, lhes causava angústia.

Apesar da linguagem arcana, a homossexualidade não era mais um “transtorno”. Spitzer conseguiu um avanço nos direitos civis em tempo recorde.

“Eu não diria que Robert Spitzer se tornou um nome popular entre o movimento gay mais amplo, mas a retirada da homossexualidade foi amplamente celebrada como uma vitória”, disse Ronald Bayer, do Centro para História e Ética da Saúde Pública, em Columbia. “‘Não Mais Doente’ foi a manchete em alguns jornais gays.”

Em parte como resultado, Spitzer se encarregou da tarefa de atualizar o manual de diagnóstico. Juntamente com uma colega, a dra. Janet Williams, atualmente sua esposa, ele deu início ao trabalho. A um ponto ainda não amplamente apreciado, seu pensamento sobre essa única questão –a homossexualidade– provocou uma reconsideração mais ampla sobre o que é doença mental, sobre onde traçar a linha entre normal e não.

O novo manual, um calhamaço de 567 páginas lançado em 1980, se transformou em um best seller improvável, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior. Ele estabeleceu instantaneamente o padrão para futuros manuais psiquiátricos e elevou seu principal arquiteto, então próximo dos 50 anos, ao pináculo de seu campo.

Ele era o protetor do livro, parte diretor, parte embaixador e parte clérigo intratável, rosnando ao telefone para cientistas, jornalistas e autores de políticas que considerava equivocados. Ele assumiu o papel como se tivesse nascido para ele, disseram colegas, ajudando a trazer ordem para um canto historicamente caótico da ciência.

Mas o poder tem seu próprio tipo de confinamento. Spitzer ainda podia perturbar a paz, mas não mais pelos flancos, como um rebelde. Agora ele era o establishment. E no final dos anos 90, disseram amigos, ele permanecia tão inquieto como sempre, ávido em contestar as suposições comuns.

Foi quando se deparou com outro grupo de manifestantes, no encontro anual da associação psiquiátrica em 1999: os autodescritos ex-gays. Como os manifestantes homossexuais em 1973, eles também se sentiam ultrajados por a psiquiatria estar negando a experiência deles –e qualquer terapia que pudesse ajudar.

A terapia reparativa


A terapia reparativa, às vezes chamada de terapia de “conversão” ou “reorientação sexual”, é enraizada na ideia de Freud de que as pessoas nascem bissexuais e podem se mover ao longo de um contínuo de um extremo ao outro. Alguns terapeutas nunca abandonaram a teoria e um dos principais rivais de Spitzer no debate de 1973, o dr. Charles W. Socarides, fundou uma organização chamada Associação Nacional para Pesquisa e Terapia da Homossexualidade (Narth, na sigla em inglês), no sul da Califórnia, para promovê-la.

Em 1998, a Narth formou alianças com grupos de defesa socialmente conservadores e juntos eles iniciaram uma campanha agressiva, publicando anúncios de página inteira em grandes jornais para divulgar histórias de sucesso.

“Pessoas com uma visão de mundo compartilhada basicamente se uniram e criaram seu próprio grupo de especialistas, para oferecer visões alternativas de políticas”, disse o dr. Jack Drescher, psiquiatra em Nova York e coeditor de “Ex-Gay Research: Analyzing the Spitzer Study and Its Relation to Science, Religion, Politics, and Culture”.

Para Spitzer, a pergunta científica no mínimo valia a pena ser feita: qual era o efeito da terapia, se é que havia algum? Estudos anteriores tinham sido tendenciosos e inconclusivos.

“As pessoas me diziam na época: ‘Bob, você vai arruinar sua carreira, não faça isso’”, disse Spitzer. “Mas eu não me sentia vulnerável.”

Ele recrutou 200 homens e mulheres, dos centros que realizavam a terapia, incluindo o Exodus International, com sede na Flórida, e da Narth. Ele entrevistou cada um profundamente por telefone, perguntando sobre seus impulsos sexuais, sentimentos, comportamentos antes e depois da terapia, classificando as respostas em uma escala.

Spitzer então comparou os resultados de seu questionário, antes e depois da terapia. “A maioria dos participantes relatou mudança de uma orientação predominante ou exclusivamente homossexual antes da terapia, para uma orientação predominante ou exclusivamente heterossexual no ano passado”, concluiu seu estudo.

O estudo –apresentado em um encontro de psiquiatria em 2001, antes da publicação– tornou-se imediatamente uma sensação e grupos de ex-gays o apontaram como evidência sólida de seu caso. Afinal aquele era Spitzer, o homem que sozinho removeu a homossexualidade do manual de transtornos mentais. Ninguém poderia acusá-lo de tendencioso.

Mas líderes gays o acusaram de traição e tinham suas razões.

O estudo apresentava problemas sérios. Ele se baseava no que as pessoas se lembravam de sentir anos antes –uma lembrança às vezes vaga. Ele incluía alguns defensores ex-gays, que eram politicamente ativos. E não testava uma terapia em particular; apenas metade dos participantes se tratou com terapeutas, enquanto outros trabalharam com conselheiros pastorais ou em grupos independentes de estudos da Bíblia.

Vários colegas tentaram impedir o estudo e pediram para que ele não o publicasse, disse Spitzer.

Mas altamente empenhado após todo o trabalho, ele recorreu a um amigo e ex-colaborador, o dr. Kenneth J. Zucker, psicólogo-chefe do Centro para Vício e Saúde Mental, em Toronto, e editor do “Archives of Sexual Behavior”, outra revista influente.

“Eu conhecia o Bob e a qualidade do seu trabalho, e concordei em publicá-lo”, disse Zucker em uma entrevista na semana passada.

O artigo não passou pelo habitual processo de revisão por pares, no qual especialistas anônimos avaliam o artigo antes da publicação.

“Mas eu lhe disse que o faria apenas se também publicasse os comentários” de resposta de outros cientistas para acompanhar o estudo, disse Zucker.

Esses comentários, com poucas exceções, foram impiedosos. Um citou o Código de Nuremberg de ética para condenar o estudo não apenas como falho, mas também moralmente errado.

“Nós tememos as repercussões desse estudo, incluindo o aumento do sofrimento, do preconceito e da discriminação”, concluiu um grupo de 15 pesquisadores do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York, do qual Spitzer era afiliado.

Spitzer não deixou implícito no estudo que ser gay era uma opção, ou que era possível para qualquer um que quisesse mudar fazê-lo com terapia. Mas isso não impediu grupos socialmente conservadores de citarem o estudo em apoio a esses pontos, segundo Wayne Besen, diretor executivo da Truth Wins Out, uma organização sem fins lucrativos que combate o preconceito contra os gays.

Em uma ocasião, um político da Finlândia apresentou o estudo no Parlamento para argumentar contra as uniões civis, segundo Drescher.

“Precisa ser dito que quando este estudo foi mal utilizado para fins políticos, para dizer que os gays deviam ser curados –como ocorreu muitas vezes. Bob respondia imediatamente, para corrigir as percepções equivocadas”, disse Drescher, que é gay.

Mas Spitzer não conseguiu controlar a forma como seu estudo era interpretado por cada um e não conseguiu apagar o maior erro científico de todos, claramente atacado em muitos dos comentários: simplesmente perguntar para as pessoas se elas mudaram não é evidência de mudança real. As pessoas mentem, para si mesmas e para os outros. Elas mudam continuamente suas histórias, para atender suas necessidades e humores.

Resumindo, segundo quase qualquer medição, o estudo fracassou no teste do rigor científico que o próprio Spitzer foi tão importante em exigir por muitos anos.
“Ao ler esses comentários, eu sabia que era um problema, um grande problema, e um que eu não podia responder”, disse Spitzer. “Como você sabe que alguém realmente mudou?”

Reconhecimento


Foram necessários 11 anos para ele reconhecer publicamente.

Inicialmente ele se agarrou à ideia de que o estudo era exploratório, uma tentativa de levar os cientistas a pensarem duas vezes antes de descartar uma terapia de cara. Então ele se refugiou na posição de que o estudo se concentrava menos na eficácia da terapia e mais em como as pessoas tratadas com ele descreviam mudanças na orientação sexual.

“Não é um pergunta muito interessante”, ele disse. “Mas por muito tempo eu pensei que talvez não tivesse que enfrentar o problema maior, sobre a medição da mudança.”

Após se aposentar em 2003, ele permaneceu ativo em muitas frentes, mas o estudo da terapia reparativa permaneceu um elemento importante das guerras culturais e um arrependimento pessoal que não o deixava em paz. Os sintomas de Parkinson pioraram no ano passado, o esgotando física e mentalmente, tornando ainda mais difícil para ele lutar contra as dores do remorso.

E, em um dia em março, Spitzer recebeu um visitante. Gabriel Arana, um jornalista da revista “The American Prospect”, entrevistou Spitzer sobre o estudo sobre terapia reparativa. Aquela não era uma entrevista qualquer; Arana se submeteu à terapia reparativa na adolescência e o terapeuta dele recrutou o jovem para o estudo de Spitzer (Arana não participou).

“Eu perguntei a ele sobre todos os seus críticos e ele disse: ‘Eu acho que eles estão certos’”, disse Arana, que escreveu sobre suas próprias experiências no mês passado. Arana disse que a terapia reparativa acabou adiando sua autoaceitação e lhe induziu a pensamentos de suicídio. “Mas na época que fui recrutado para o estudo de Spitzer, eu era considerado uma história de sucesso. Eu teria dito que estava fazendo progressos.”

Aquilo foi o que faltava. O estudo que na época parecia uma mera nota de rodapé em uma grande vida estava se transformando em um capítulo. E precisava de um final apropriado –uma forte correção, diretamente por seu autor, não por um jornalista ou colega.

Um esboço da carta já vazou online e foi divulgado.

“Você sabe, é o único arrependimento que tenho; o único profissional”, disse Spitzer sobre o estudo, perto do final de uma longa entrevista. “E eu acho que, na história da psiquiatria, eu não creio que tenha visto um cientista escrever uma carta dizendo que os dados estavam lá, mas foram interpretados erroneamente. Que tenha admitido isso e pedido desculpas aos seus leitores.”

Ele desviou o olhar e então voltou de novo, com seus olhos grandes cheios de emoção. “Isso é alguma coisa, você não acha?”
Tradutor: George El Khouri AndolfatoReportagem: Benedict CareyFonte: The New York Times, em Princeton (EUA)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Estudo tenta provar eficácia das Terapias de Reversão mas não convence cientistas.





Um estudo desenvolvido por pesquisadores de duas universidades religiosas diz que algumas pessoas podem mudar sua orientação sexual depois de passarem anos por um programa ministerial.
“Evidências do estudo sugerem que a mudança da orientação homossexual parece possível para alguns e que o desgaste psicológico não aumentou, em média, como resultado do envolvimento no processo de mudança”  escreveram os autores de um estudo publicado no The Journal of Sex and Marital Therapy (Jornal de Terapia Sexual e Conjugal).
(Como se fosse mérito o fracasso na terapia dos outros "uns" que não conseguem e o desgaste psicológico dos demais que passaram pelo tratamento e ficaram fora da "média".)

Os autores são psicólogos que trabalham em universidades religiosas. Stanton Jones é um professor de psicologia e reitor da Wheaton College em Wheaton, Illinois, e Mark Yarhouse é professor de saúde mental na Regent University, em Virginia Beach, que foi fundada pelo tele-evangelista Pat Robertson. (Já falamos sobre o filho e o neto gay de Pat aqui no blog).

As conclusões de seu estudo têm sido desafiadas por outros pesquisadores que dizem que a massa de evidência existente indica que a orientação sexual não muda. Blogs de "gay advocacy" (defesa dos homossexuais) também têm discutido as conclusões.
O estudo de Jones e Yarhouse acompanhou 65 participantes ao longo de seis a sete anos enquanto eles frequentavam os Ministérios Exodus, um programa religioso para "indivíduos e famílias impactados pela homossexualidade." Os indivíduos que frequentam o programa buscam alcançar "a libertação da homossexualidade através do poder de Jesus Cristo", de acordo com a Exodus.“É um estudo para pessoas que são altamente religiosas e que estão desgastadas pela experiência de atração," disse Yarhouse.  “Elas querem saber, é pelo menos possível?  O que eu poderia experimentar se eu entrasse num ministério baseado em religião?”
Inicialmente, o estudo cadastrou 98 indivíduos, mas 35 deixaram o programa. Alguns que desistiram do estudo disseram que haviam sido "curados de todas as inclinações homossexuais," e uma pessoa havia abraçado de novo sua identidade gay, de acordo com o estudo. Os cursos foram oferecidos em 16 locais ao redor dos Estados Unidos e acontecia em grupos pequenos, passando tempo em oração e leitura da Bíblia.
Os autores do estudo acompanharam "o processo de mudança" dos participantes conduzindo entrevistas anuais, fazendo as mesmas perguntas sobre atração sexual,  paixões emocionais e românticas e fantasias sexuais. Eles usaram escalas desenvolvidas pelo sexólogo Alfred Kinsey e outra medida chamada  escala Shively-DeCecco. A hipótese de Jones e Yarhouse's era de que a orientação sexual é mutável.
Depois de acompanharem os participantes por seis a sete anos de programa religioso, eles concluíram que 23% das pessoas que permaneceram no estudo tiveram êxito em mudar sua orientação sexual para a heterossexualidade. E  30% voltaram-se para a castidade, sobre o que Yarhouse disse que foi "uma redução da atração sexual.” Também, 23% não responderam ao tratamento do ministério,  20% assumiram sua orientação homossexual e o percentual restante relatou confusão. “As conclusões desse estudo parecem contradizer a visão comumente expressa de que a orientação sexual não é mutável," escreveu o autor.
A Associação Americana de Psicologia (APA) declarou em 2005 que a homossexualidade não é mutável. A associação havia também declarado que não havia evidência de que terapia reparadora ou conversão com o objetivo de mudar a orientação sexual fosse segura ou efetiva.
“A APA estava fazendo declarações muito fortes de que a orientação sexual realmente não muda e que tentativas nessa direção seriam prejudiciais, disse Yarhouse. “Eles estavam apresentando alegações absolutistas sobre essa imutabilidade de orientação e grande risco de malefício. Estas eram questões ideais para pesquisa.  As pessoas podem mudar? Ou é verdadeiramente uma característica imutável?”

Eli Coleman, professor e diretor de Sexualidade Humana na faculdade de medicina da  Universidade de Minnesota mostrou-se cético sobre as conclusões. “Temos passado por isso de novo e de novo" - disse ele. "Você pode conseguir mudanças comportamentais, mas isso não é mudança de orientação. Você pode conseguir mudanças comportamentais de curta duração. Isso não se sustenta.”
Yarhouse enfatizou que sua pesquisa acompanhou os participantes por vários anos. Ele informou que existem muitos na comunidade LGBT que consideram programas de conversão religiosa "profundamente ofensivos." Mas ele disse que existem pessoas gays que desejam mudar e não abraçam a identidade gay ou a comunidade gay. “Eu gostaria de ver organizações de saúde mental mostrarem mais respeito pela diversidade sobre como uma pessoa escolhe viver sua vida e vivê-la,” disse Yarhouse.
O estudo poderia estar confundindo identidade sexual e orientação sexual, o que são coisas totalmente diferentes, disse o Dr. Jack Drescher, um professor associado de psiquiatria na New York Medical College (Faculdade de Medicina de Nova York).
Orientação sexual se refere a por que uma pessoa se sente atraída, e na maioria dos casos, não muda, disse ele.  mas identidade sexual é como uma pessoa se sente sobre sua orientação e sentimentos sexuais, disse Drescher.
Por exemplo, um homem poderia sentir-se fortemente atraído por homens, mas não se identificar como gay. Ele poderia mudar o modo como se identifica, fosse como gay ou hétero ao longo de sua vida. mas orientação sexual geralmente não muda."Eu não penso que tenhamos nada realmente novo aqui" - disse Coleman.  "Temos sabido por algum tempo que algumas pessoas são capazes de mudar seu comportamento e sua percepção de sua identidade sexual através dessas tentativas de conversão."
Drescher disse que a maioria das evidências científicas existentes não sustentam as recentes conclusões do estudo.“Eu penso que os autores são tendenciosos" - disse Drescher.  “Todos têm alguma parcialidade. Por isso é que temos acúmulo de informações e estas não dão suporte às informações deles.” “Existem estudos revisados por colegas na literatura e a soma total dessa literatura não indica que esses tratamentos sejam eficazes”, disse ele.  “Se um estudo que surge parece contradizer a massa de pesquisa científica provando que as pessoas podem mudar - isso é interessante, eles podem replicá-lo?”
Drescher também disse que o estudo não explora se a bissexualidade desempenhou um papel nas reportadas mudanças de orientação sexual.

Ele discordou que as conclusões de que terapias religiosas não prejudicam as pessoas, dizendo que ele mesmo teve vários pacientes que culpavam a si mesmos depois de falharem em programas, caindo em depressão, ansiedade e pensamentos suicidas.

“Eles ouvem que é problema deles se eles não mudarem,” disse Drescher. “Quando falha, como falha na maioria dos casos, eles se sentem como fracassados, depois de terem gasto tempo, esforço e dinheiro. “Algumas dessas pessoas, seguindo o conselho de terapeutas, casam-se, então têm filhos. Pessoas gays têm se casado. Quando eles se casam, não mudam. O que fazem, continuam casados?  Essa é uma questão complicada.”


Traduzido por Sergio Viula para o blog  Fora do Armário

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Samuel Brinton denúncia os abusos sofrido em "seu tratamento de reversão".




Mãos queimadas e depois congeladas. Pequenas agulhas sendo enfiadas embaixo das unhas. Sessões de eletrochoque. Tudo isso enquanto um vídeo exibia cenas de sexo explícito entre homens.

Samuel Brinton tinha apenas 12 anos quando foi submetido a uma sessão de ‘cura’ na igreja batista norte-americana após ter contado ao pai, um pastor do interior do estado de Iowa, que sentia atração pelo melhor amigo. Ele não fazia ideia de que não devia se sentir atraído por outros meninos. 

O jovem, hoje com 23 anos e estudando engenharia nuclear no conceituado MIT (Massachussets Institute of Technology), contou sua história em uma série de entrevistas sobre a realidade  de gays, lésbicas e transsexuais nos EUA, que já foi visto  dezenas de milhares de vezes na internet.


Em seu perfil no twitter, Brinton diz que quer usar o seu exemplo para que outras pessoas possam ter uma escolha que ele não teve. 

No vídeo, ele conta que apanhou tantas vezes do pai e com tamanha violência que chegou a ser levado diversas vezes à emergências de hospitais, onde dizia que havia “caído da escada”.

A tortura no ritual da igreja batista não era apenas física. Seus pais chegaram a dizer ao menino que ele tinha Aids e que era o último gay dos EUA, uma vez que o governo teria exterminado todos os outros.


Após meses de tortura, o jovem considerou o suicídio, subindo no telhado de casa. Sua mãe, que também apoiava a tentativa de “conversão”, tentou dissuadi-lo dizendo: “Eu vou te amar de novo, mas só se você mudar.”

Brinton acabou descendo do telhado e convenceu os pais de que havia “mudado” até sair de casa para ir à faculdade. Quando resolveu assumir sua orientação sexual e voltar para casa, encontrou suas coisas todas na rua. O pai ameaçou matá-lo se ele tentasse contato novamente.


“Na última vez, ele disse que atiraria em mim se eu tentasse entrar em casa de novo”.

domingo, 16 de outubro de 2011

Depoimento do líder da LOVE IN ACTION


A Impressionante Confissão do Ativista 'Ex-Gay' John Smid, líder da Love In Action.

Postado no T.W.O 
Tradução Sergio Viula

Por décadas, John Smid havia sido o líder de Love in Action, o infame ministério "ex-gay" que confiscava as cuecas de clientes se as roupas íntimas parecessem gays demais. O radical ministério baseado na cidade de Memphis também usava um cronômetro no banheiro para garantir que os clientes não se masturbassem durante o banho.
  
De todos os ministérios "ex-gay", esse era o mais parecido com uma seita - com Smid mantendo controle absoluto sobre a vida social de seus clientes, que pagavam uma nota para viver no programa residencial.

A gama de controle da mente empregada por Smid para tornar pessoas gays em heterossexuais era impressionante. Em uma entrevista de 1997 com o Memphis Flyer, Smid falou sobre sua própria técnica de negar a realidade: "Estou vendo aquela parede e de repente ela está azul," disse Smid, apontando para uma parede amarela. "Alguém chega e diz: "Não, ela é ouro." Mas eu quero acreditar que aquela parede é azul. Então Deus vem e diz: "Você está certo, John, [aquela parede amarela] é azul." É dessa ajuda que eu preciso. Deus pode me ajudar a fazer aquela parede [amarela] se tornar azul."


Esse alto nível de lavagem cerebral não era raro para os clientes estrela do Love in Action. Por exemplo, Anne Paulk, coautora de Love Won Out (O Amor Venceu), escreveu sobre os jogos mentais que ela jogava para supostamente superar os pensamentos lésbicos: "...Eu começava a experimentar respostas sexuais...Então eu olhava através da janela do carro e dizia algo como: "Puxa, senhor, há uma árvore ali fora! Aquela é verde e tem folhas. Ela tem um casco marrom." Eu fixava minha mente em qualquer coisa que pudesse me distrair...com o tempo, aquele processo me tornou mentalmente disciplinada ao ponto de remover todos os pensamentos lésbicos, ponto." Eu (Wayne Besen) fotografei o marido dela que foi garoto propaganda num poster "ex-gay" dentro de um bar gay.

É óbvio que tais técnicas podem instilar disciplina para mudar o comportamento sexual temporariamente - mas não a orientação sexual de alguém. Numa impressionante confissão (em inglês) essa semana, Smid disse que alterar a atração sexual de alguém é altamente improvável - de fato, tão improvável que ele alega nunca ter encontrado um único homem ou mulher que tenha se livrado de sua homoafetividade.

Caramba! Se o mito "ex-gay" não funciona nem para Smid, então não funciona para ninguém mais. Afinal, ele tinha uma dedicação incrível, aderiu a uma forma duríssima de fundamentalismo, e reforçou um regime com características de seita sob seu comando. Todavia, depois de anos, ele é confrontado com a desencorajadora realidade de que programas "ex-gay" são programas de marketing da direita religiosa, e não um movimento legítimo.

Desnecessário dizer que deixar o passado completamente para trás não é fácil. Smid ainda está casado com sua esposa e numa jornada para descobrir sua verdade interior. Ele tem um pé na comunidade baseada na realidade e outro num mundo de fantasia. Mas o primeiro passo para deixar sua charada "ex-gay" para trás é admitir que esses programas não funcionam.

Nunca é fácil reconhecer que se está errado, especialmente depois de décadas após décadas de investimento mental, espiritual e financeiro numa grande mentira. Desejo a Smid a melhor sorte em sua contínua evolução e estou feliz que esteja começando a discutir honestamente as limitações dos programas "ex-gay".

O tempo de Smid é maravilhoso, uma vez que candidatos desesperados do Partido Republicano (GOP) estão flertando com a Direita Religiosa discutindo o mito "ex-gay". Por exemplo, no The View (programa da ABC), Herman Cain disse que acreditava que a homossexualidade fosse uma "escolha". O sempre-oponente dos homossexuais Rick Santorum também pulou para o vagão dos "ex-gay" falsamente alegando que existe evidência crível de que as pessoas LGBT podem mudar de gay para heterossexual: "Existem todos os tipos de estudos lá fora que sugerem exatamente o contrário" - declarou Santorum. "E existem pessoas que eram gays, viveram o estilo de vida gay, e não são mais."

Além disso, exsitem aventureiros da ciência como Mark Yarhouse da Regent University que produzem estudos fraudulentos alegando que a mudança de orientação sexual é possível. Eu sugiro veementemente que os promotores dessa política insensível suspendam essa propaganda que já foi longe demais e ouçam Smid.

Mas, obviamente, isso requererá que se coloque as vidas das pessoas à frente das mentiras políticas - então, não espere que isso aconteça muito em breve. 

Wayne Besen.

  
Leia agora as principais declarações de Smid.Traduzidas do blog oficial de Smid pela equipe do O Blog do Ex Hetero.


Arrependimento de algo, significa que tem de ser algo que você pode controlar, como ações. 


Então, muitas vezes as pessoas vão dizer que precisa se "arrepender" da homossexualidade. É algo que realmente não podemos nos arrepender! As pessoas são, ou não são, homossexual. É uma parte intrínseca do seu ser ou pessoalmente, meu ser. Alguém não pode se arrepender de algo que é imutável. Tenho passado por uma tremenda quantidade de sofrimento ao longo dos muitos anos que eu falava da mudança, o arrependimento, reorientação e tal, quando, salvo algum tipo de milagre, nada disso pode ocorrer com a homossexualidade. O artigo de hoje é um grande exemplo de como nós, como cristãos pervertemos o evangelho que se refere à homossexualidade, como se os homossexuais não fossem bem-vindos no reino, a menos que se arrependam (que muitos interpretam como reversão da sexualidade). Mas desde que a homossexualidade não seja "revertida", então nós colocamos os homossexuais em uma ligação impossível (eu escrevi outro artigo que também aborda o assunto de arrependimento. Clique aqui para lê-lo, em inglês)

Certamente, além do comportamento sexual, o roubo, fofocas, e outros "comportamentos" são coisas que precisam ser considerados quando falamos de caminhada no reino de Deus. Deus deseja transformar-nos em Sua imagem mais e mais a cada dia. Mas na história maior do evangelho, o arrependimento bíblico significa transformar nossas vidas para o reino de Deus e longe do reino do mundo. Para mudar a nossa lealdade do deus deste século, para o Senhor dos Senhores! Neste arrependimento, ele permite que Deus esteja na vanguarda das nossas vidas e decidimos permitir que o seu reino reine em nós. Por isso entramos em um caminho de transformação, mudança. A questão então é o que vamos olhar como  mudança em cada um de nós. 
Sim, existem homossexuais que fazem mudanças drásticas em suas vidas quando eles começam o processo de transformação com Jesus. Tenho ouvido muitas histórias de mudanças que têm ocorrido como homens e mulheres ao encontrar a graça de Deus em suas vidas como pessoas homossexuais. Mas, me desculpe, este processo de transformação pode não atender as expectativas de muitos cristãos. Eu também quero reiterar aqui que a transformação para a grande maioria dos homossexuais não irá incluir uma mudança de orientação sexual. Na verdade, eu nunca conheci um homem que experimentou uma mudança de homossexual para heterossexual. Eu conheci algumas mulheres que afirmam que é o caso mas, novamente, a sexualidade masculina e a sexualidade feminina são muito biologicamente diferentes de modo que essa não seria uma comparação justa.

Conheci homens que encontram a sua transformação para incluir o casamento com uma mulher e ter uma família e é algo que para eles é uma experiência de vida maravilhosa. Eu encontrei alguns que acham que sua transformação se satisfaz em viver uma vida de solteiro em Cristo e ao seu chamado. Mas, eu também conheci alguns que experimentam a transformação da promiscuidade sexual para uma relação fiel gay que é verdadeiramente, em sua experiência, uma grande bênção para a sua relação com Cristo. Oh, eu entendo a polêmica em tudo isso...

É uma vergonha, que como seguidores de Cristo, temos sido tão críticos e arrogantes com tantas pessoas que consideramos "arrependidas" por causa do nosso preconceito homossexual.

Quando eu estava em San Francisco este ano um homem fez a declaração: "John, você sabe que a maioria dos gays estão em San Francisco, eles são cristãos feridos."  Oh, meu Deus! Eu acho que ele pode estar certo! Eles foram jogados para fora da maioria das igrejas ao ter procurado em algum lugar onde eles se sentem ligados, queridos e talvez amado.

Meu caro amigo, esta é uma questão muito difícil e eu estou caminhando através de algumas águas muito profundas tentando entender melhor o coração de Deus sobre este assunto. Eu tenho ido agora ao redor do mundo ouvi-lo, ouvir as histórias, vendo as lágrimas de rejeição em alguns, e a paz do amor de Deus nos outros. Isto é tão diferente do que eu sempre pensei no meu pequeno mundo de ministério ex-gay. E sim, era um mundo pequeno, porque eu fiz isso de pequeno porte. Eu estava completamente disposto a ouvir qualquer coisa que não se encaixava no meu paradigma. Eu bloqueava a história de alguém, a vida ou ensino bíblico de que não combinavam com o que eu acreditava.

Quando eu estava na Love in Action eu nunca ensinei uma sessão sobre as escrituras a respeito da homossexualidade que eu entendi. Eu sei que soa estranho mas é verdade. Eu não ensinei, porque eu realmente nunca tinha os estudado para mim. Eu apenas citava o que eu via que os outros haviam escrito sobre o assunto. Eu senti a obrigação de, pelo menos, ensinar algo sobre o que a Bíblia diz, mas toda vez que tentaram estudá-lo por mim não fazia sentido para mim e eu só voltei aos escritos de outros dentro da subcultura ex-gay.

Agora que não estou submerso em uma perspectiva unilateral, estou aberto a estudar e ler as escrituras para mim, eu estou encontrando tantas verdades coisas que eu não estava ciente antes. Pela primeira vez em todos esses anos, as escrituras que muitos disseram se referir à homossexualidade estão fazendo sentido! Estou lendo-os no contexto. Estou a fazer perguntas sobre as passagens que foram gravadas. Estou perguntando o que estava sendo falado, e porque as palavras foram escritas em primeiro lugar.

Essa palavra ilusória - "Change"


Agora para a outra parte da sua pergunta. Se houver uma alteração a ser feita, tem que ser de Cristo! Se o homem gay ou uma mulher é alienada de Cristo por causa do julgamento que eles recebem vindo da igreja, então estamos colocando um fardo para eles que eles não são destinadas a transportar. Muitas vezes a comunidade da igreja envia a mensagem de que a homossexualidade é suja, pervertida, quebrada, e às vezes até mesmo um defeito psicológico. Assim, muitos homossexuais cheguem a pensar que têm de limpar-se de acordo com o "nossos" padrões para que nós os recebamos em nossos bancos e os alimente.

Eu estou enfrentando uma temporada difícil em minha vida, meu amigo. Estou em grande risco de crentes que me conhece há muitos anos me rejeitarem porque eu sou ousado o suficiente para fazer as perguntas que eu nunca iria perguntar antes. Para ser honesto poucos dentro da igreja estão abertos a este tipo de discussões sem ser defensiva e reacionária. Eu estou a perder alguns amigos muito próximos, porque eu escolhi amar incondicionalmente as pessoas homossexuais e apoiá-los agora sem pressioná-los a "mudança". Alguém tem que levar a culpa por essas pessoas a quem Cristo ama e deseja uma proximidade com eles. Eu estou disposto a ficar na brecha.

Como eu disse, há muitos anos que eu não estava disposto a ouvir o coração, as histórias de tantas pessoas gays que estão perdidas e com medo. Repeti a mensagem "você pode vir aqui (para o nosso programa) se você deseja alterar" e ainda a questão da mudança foi tão ambígua que ninguém poderia ter encontrado a marca que era esperada. Para o homossexual, a palavra mudança está profundamente incompreendida e na maioria das vezes mal comunicada pela igreja.

Oh, eu gostaria que você pudesse ir onde eu tenho ido e ouvir o coração e experimentar o que eu tenho experimentado nos últimos 2-3 anos. O triste é que muitos cristãos não estão dispostos a caminhar pelas ruas que andei, pelo medo de que eles estariam fazendo "apologia" ao pecado, ou que poderiam ter ouvido coisas que não queriam ouvir.

Eu era um daqueles cristãos!


Enquanto eu caminhava em uma conferência de dois anos atrás com os cristãos que eram gays, minha vida passou diante de mim. Eu estava muito ansioso e preocupado com o que os outros pensariam se soubessem que eu estava lá. Eu não falava sobre ter estado lá por um tempo e certamente não com certas pessoas. Meu amigo, o que está acontecendo comigo? Por que eu deveria ter um medo tão profundo do que os outros possam pensar sobre mim dividindo espaço com os cristãos que são gays? Que tipo de legalismo é esse? O que isso diz sobre o meu próprio coração?

Estou no meu próprio caminho de descoberta nesta área. Eu usei para definir a homossexualidade ou a heterossexualidade, os termos que descrevem o comportamento de cada um. Eu pensei que fazia sentido e ao longo dos anos, muitas vezes escrevi artigos e falei a partir dessa perspectiva.

Hoje, eu entendo por que a comunidade gay teve um problema com meus escritos. Minha perspectiva negava tantas facetas da experiência homossexual. Eu minimizava a vida de uma pessoa para apenas sua sexualidade, mas a homossexualidade é muito mais do que sexo.

Existem perversões que ocorrem apenas por causa de uma luxúria e um colapso da moralidade. Estas são as perversões que eu acho que você pode estar falando. Homens e mulheres são certamente capazes de extremos, tais como sexualmente na prostituição, outros pornografia e exibicionismo. No entanto, hoje eu não pinto a homossexualidade em um pincel largo. Há certamente homens e mulheres que atuam no comportamento homossexual, mas pode não ser intrinsecamente homossexual, mas eu diria que a grande maioria daqueles que se consideram gays não se encaixam na "perversão" da categoria.

Quanto à questão em mãos, eu me considero homossexual e ainda em um casamento com uma mulher. Meus desejos sexuais, atrações... e luto ao longo da vida com os fatores comuns relativos à homossexualidade, são praticamente todos na classificação dos homossexuais. Alguém certa vez descreveu este tipo de cenário "casamento de orientação mista". Quando eu ouvi este termo que me entrei num processo interno. Em muitos aspectos, respondeu muitas questões que me atormentaram durante muitos anos. Agora eu tinha algo que finalmente descrevia minha experiência pessoal em estar casado.

Eu sou homossexual, minha esposa é heterossexual. Isso cria uma experiência de casamento original que muitos não entendem. Por muitos anos tentei caber na caixa da heterossexualidade. Eu tentei o meu para criar a heterossexualidade na minha vida, mas isso também criou um monte de vergonha, um sentimento de fracasso e desânimo. Nada que eu fazia parecia mudar-me para um heterossexual mesmo que eu estava em um casamento que incluiu o comportamento heterossexual. Muitas vezes quando estou em situações com os homens heterossexuais eu vejo claramente que há facetas de nossas vidas que são distintamente diferentes no que diz respeito à nossa sexualidade, e outras coisas também.

Não há dúvida, eu amo minha esposa. Deus tem trabalhado poderosamente através de nosso relacionamento. O fato de que ela se casou comigo, em primeiro lugar sabendo da minha promiscuo passado homossexual disse algo muito profundo sobre seu amor por mim. Que, por sinal, não era um ambiente propício, "eu posso consertá-lo" tipo de relacionamento. Minha esposa nunca tentou me corrigir ou mudar-me nessa área de nosso relacionamento. Ela realmente me ama incondicionalmente. Mas isso não muda o fato de que eu sou quem eu sou e ela é quem ela é.

É por isso que eu digo coisas como "você não pode se arrepender da homossexualidade." Em homossexualidade tradicional parece que é intrínseco ao tecido de uma pessoa de vida. Natureza ou a criação, é muito complicado para ter uma resposta definitiva para a origem da homossexualidade. No entanto, eu ouço muitas histórias de homens e mulheres que aceitam-se como sendo gay, em Cristo, e, finalmente, descobri que a vida faz sentido para eles. Muitos são capazes de, em seguida, nutrir uma relação autêntica com Cristo, porque eles estão sendo honesto e autêntico com eles mesmos e, finalmente, são capazes de aceitar o seu amor incondicional que muda a dinâmica de sua compreensão. Muitos homossexuais que procuram Cristo percebem que eles não podem chegar perto dele, se continuar a ser um homossexual. Neste mentalidade que procura febrilmente para a mudança que não virá para eles.

Este tipo de pesquisa pode levar à depressão profunda, desânimo e muitas vezes uma alienação de Deus!


Comumente quando um homossexual encontra o amor maravilhoso de Deus para eles como eles são, sua perversão diminui, sua promiscuidade diminui ou desaparece completamente, e às vezes eles aceitam ser único ou eles podem encontrar uma relação de Deus centrado que também parece ser saudável e fiel.

Há uma grande quantidade de energia negativa em alguém que sente vergonha de sua homossexualidade, a culpa causada pelo mal entendido dos aspectos de suas vidas sobre os quais eles não têm nenhum controle.


Espero que isso ajude.
Enfim, eu espero que você considere o que eu escrevi. Amei-te como uma irmã por todos esses anos. Estou realmente tentando ganhar o coração de Deus para tudo isso e eu estou disposto a permitir que Ele me mostre a sua verdade.

John


Alguns outros artigos sobre a homossexualidade e o cristianismo 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...