domingo, 26 de setembro de 2010

Latter Days


Latter Days (Ultimos dias) é um outro filme que aborda a questão religiosa da homossexualidade. Um missionário mórmon (Igreja do senhor Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) se apaixona pelo vizinho de sua nova casa, uma república mórmon onde Elder Davis de 19 anos se muda em missão, para fazer novas evangelizações. Sinopse Oficial:

O filme conta a história de um gay que vive em festas e curtindo a vida, ele não pensa muito sobre qualquer coisa e ao que pode acontecer.
Acontece que surge Elder Davis de 19 anos, um missionário Mormon sexualmente confuso, que se muda para o seu condomínio e Christian tenta seduzí-lo.
Quando Christian simplesmente se envolve com este missionário mórmon, a relação se transforma em um apaixonado romance que acaba ameaçando até a própria vida deles.
Você pode assisti-lo completo no Dailymotion, esta dividido em 18 partes e legendado em espanhol, vou postar a primeira aqui embaixo ou fazer o download em duas partes. Parte 1 e Parte 2



Latter days - parte 1 de 18
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Prayers for Bobby


Orações para Bobby foi um filme que eu relutei um pouco para assistir com medo da historia que ele conta. rs
Justamente por acha-la muito parecida com a história do meu melhor amigo.
Ainda estou tentando pensar em como farei para que ele tenha acesso ao conteúdo desse blog, mas enquanto isso, vc que ainda não assistiu esse filme. Assista!
Ele foi baseado na história de Mary Griffith, uma mulher que se tornou membro da Igreja da Comunidade Metropolitana nos EUA, uma das igrejas inclusivas mais antigas senão a mais antiga do mundo, e militante do movimento LGBT depois de passar por essa trágica história.
Fotos reais de Mary e Bobby

Sinopse retirada do site da ICM Brasil:
 "Eu não posso deixar que ninguém saiba que eu não sou hétero. Isso seria tão humilhante. Meus amigos iriam me odiar, com certeza. Eles poderiam até me bater. Na minha família, já ouvi várias vezes eles falando que odeiam os gays, que Deus odeia os gays também. Isso realmente me apavora quando escuto minha família falando desse jeito, porque eles estão realmente falando de mim... Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da Terra." 


Estas palavras estão escritas no diário de Bobby Griffith, quando tinha 16 anos. A sua mãe, "Mary Griffith", interpretada por Sigourney Weaver, a senhora dos ELIEN, sabedora da sexualidade do filho acredita"curar" o filho com base na religião e terapias, para quatro anos depois (1979) Bobby lançar-se de uma ponte. Um filme intenso, dramático, e que espelha ainda hoje a realidade de muitas e muitos jovens no mundo! Mary após a morte do filho questiona-se a si e ao fundamentalismo religioso, redime-se da sua posição homofobica tornando-se uma defensora dos direitos GLBT


Discurso de Mary lido no filme:
“Homossexualidade é um pecado. Homossexuais estão condenados a passar a eternidade no inferno. Se quisessem mudar, poderiam ser curados de seus hábitos malignos. Se desviassem da tentação, poderiam ser normais de novo. Se eles ao menos tentassem e tentassem de novo em caso de falha. Isso foi o que eu disse ao meu filho, Bobby, quando descobri que ele era gay. Quando ele me disse que era homossexual, meu mundo caiu. Eu fiz tudo que pude para curá-lo de sua doença. Há oito meses, meu filho pulou de uma ponte e se matou. Eu me arrependo amargamente de minha falta de conhecimento sobre gays e lésbicas. Percebo que tudo o que me ensinaram e disseram era odioso e desumano. Se eu tivesse investigado além do que me disseram, se eu tivesse simplesmente ouvido meu filho quando ele abriu o coração para mim... eu não estaria aqui hoje, com vocês, plenamente arrependida. Eu acredito que Deus foi presenteado com o espírito gentil e amável do Bobby. Perante deus, gentileza e amor é tudo. Eu não sabia que, cada vez que eu repetia condenação eterna aos gays... cada vez que eu me referia ao Bobby como doente e pervertido e perigoso às nossas crianças... sua auto-estima e seu valor próprio estavam sendo destruídos. E finalmente seu espírito se quebrou alem de qualquer conserto. Não era desejo de Deus que o Bobby debruçasse sobre o corrimão de um viaduto e pulasse diretamente no caminho de um caminhão de dezoito rodas que o matou instantaneamente. A morte do Bobby foi resultado direto da ignorância e do medo de seus pais quanto à palavra “gay”. Ele queria ser escritor. Suas esperanças e seus sonhos não deveriam ser tomados dele, mas se foram. Há crianças como Bobby presentes nas suas reuniões. Sem que vocês saibam, elas estarão ouvindo enquanto vocês ecoam ‘amém’. E isso logo silenciará as preces delas. Suas preces para Deus por entendimento e aceitação e pelo amor de vocês. Mas o seu ódio e medo e ignorância da palavra ‘gay’ silenciarão essas preces. Então... Antes de ecoar ‘Amém’ na sua casa e no lugar de adoração, pensem. Pensem e lembrem-se. Uma criança está ouvindo.” – Mary Griffith 


Você pode assistir o filme completo no google videos (incorporei aqui embaixo é só apertar o play! ) ou fazer o download pro seu computador. Caso os links estejam quebrados na data em que você está lendo este post, deixe um comentário que coloco um novo link para download.

Filme Save Me


Esse filme aborda uma questão já falada pelo meu amigo Sergio Viula no post que retirei do blog da ICC, sobre os tratamentos de reversão, onde muita das vezes esses "grupos de ajuda" acabam servindo como ponto de encontros e paqueras entre os "pacientes", é claro que o filme vai muito além da história de amor entre Mark, que é internado em uma clínica de reabilitação para gays e conhece e se apaixona por um dos internos.
Fala sobre todas as questões que envolvem homossexualidade e religão, não sei se foi baseado em alguma história real, mas com certeza vc irá se identificar.
O link para o download eu pegay em um outro blog, já tenho ele aqui no meu computador, então se o link for quebrado me avisem que posto em minha conta do 4share e coloco um novo link para vocês.

Assista o trailer no You Tube:

Entendendo melhor que não há doença, portanto não há cura!


Animação muito bem feita que fala de forma simples e científica sobre a questão da homossexualidade abordando inclusive as técnicas religiosas de reversão.
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Existe "recuperação" para gays?


“Pouco tempo atrás contei aos meus pais que eu era gay. Não pegou muito bem e eles me disseram que há algo psicologicamente errado comigo, que me criaram errado. Hoje minha mãe, meu pai e eu tivemos uma longa ‘conversa’ no meu quarto, na qual eles me informaram que eu devo me inscrever em um programa cristão fundamentalista para gays… É como um treinamento militar… Se eu sair ‘hétero’, ficarei tão instável mentalmente e deprimido que não terá importância”.

O depoimento é do adolescente Zach, 16, do Tennessee (EUA), num blog na internet, antes de ser enviado para a associação Love in Action, de onde sairia “liberto”. Lá, Zach jogaria futebol, não manteria contato físico (nem aperto de mãos) e teria todas as conversas monitoradas – inclusive com a família. Houve comoção, e o Estado interveio. Havia a suspeita de que a associação oferecia “serviços terapêuticos” sem licença. Quando recebeu alta, Zach

ainda se dizia gay.

No Brasil, Daniel Silva, 32, também nascido num lar evangélico, conheceu o ministério “Deus se Importa”, da Igreja Batista da Lagoinha (Belo Horizonte, MG). Alimentando a “idéia de que era possível ser liberto da homossexualidade”, internou-se na “casa de recuperação”.

“Minhas malas foram todas fiscalizadas”, diz Silva. “A única hora que tínhamos com Deus era de manhã, das 7h às 8h, antes do café e à noite. Somente algumas pessoas eram autorizadas a sair. Eu não podia sair sem autorização. Íamos à igreja somente no domingo à noite acompanhados por alguém da casa”. Daniel Silva permanece gay.

Sergio Viula, 41, professor de inglês, formando pelo Seminário Teológico Betel e em filosofia pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), ajudou a formar o Movimento pela Sexualidade Sadia (Moses) – ONG evangélica que auxilia na “cura do homossexualismo”. Chegou a ser pastor da Igreja Batista, casou-se, teve dois filhos. Era um exemplo de cura e libertação. Dava testemunho da própria “cura”. Hoje, diz-se homossexual – como, na verdade, sempre o fora.

São três exemplos, mas não únicos (você, leitor, provavelmente acreditou ou ainda acredita na libertação da homossexualidade). E a tinta fica mais forte quando lê-se o estudo da Universidade da Califórnia que mostrou que a postura dos pais causa ações autodestrutivas (depressão e tentativa de suicídio) nos adolescentes homossexuais. Os rechaçados por suas famílias tem oito vezes mais probabilidade de tentar suicídio e três vezes mais chances de se drogar quando adultos em relação aos que recebem apoio familiar. Normalmente, pais evangélicos reagem muito mal à homossexualidade dos filhos – em grande parte, responsabilidade do discurso religioso homofóbico.

Em outro estudo, este do Departamento de Saúde dos EUA – mostra que 40% dos casos de suicídio ocorridos entre jovens LGBT têm ligação com a homofobia religiosa.

Mestre em saúde coletiva pelo IMS/UERJ (Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e doutor IFSC/UFRJ (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcelo Natividade, no estudo “Homossexualidade, gênero e cura em perspectivas pastorais evangélicas” traça três afirmações recorrentes nas igrejas, sobre homossexualidade: 1) é comportamento aprendido; 2) é um problema espiritual; 3) é antinatural.

Viula, um dos fundadores desses movimentos de cura, confirma o estudo de Natividade. Em entrevista à revista Época de novembro de 2004, diz que essas “casas de recuperação” “vendem uma solução, enchendo a pessoa de culpa”. As razões para a homossexualidade “sempre [estão] ligadas à desestruturação familiar ou a traumas”. Diz que o discurso é “cruel”: “Jesus te ama, nós também, mas você precisa deixar de ser gay”. Para o ex-pastor, o homossexual continua gay, mas com um “pé no prazer e o outro na dor”, com sentimento de culpa, medo e autorrejeição. “Criávamos uma paranóia na cabeça deles”, assume.

Algumas igrejas não internam gays, no entanto, prometem a “cura interior” – caso da Igreja Renascer em Cristo. Relatos ouvidos pela reportagem dão o caminho das pedras para “a cura”. Primeiro: a pessoa conta toda a sua história a um pastor – acompanhados de testemunha; depois: ouve conselhos, é acompanhada por um líder e recebe “receitas” de jejum e oração. É das mais leves. No entanto, na semana anterior à publicação desta reportagem, um ex-bispo cometeu suicídio. Ele era gay.

Nestas clínicas de reversão sexual e nos discursos de religiosos radicais, diz Natividade, os homossexuais “são vistos como promíscuos, pedófilos e sujeitos que espalham doenças, portanto, indivíduos perigosos à coletividade”. E alerta para o suposto embasamento científico, que, na verdade, tratam-se de “saberes biomédicos do início do século passado”. Dito isto num ambiente de isolamento familiar, a agressão psicológica é ainda mais cruel.

“Que tipo de recuperação um homossexual pode ter num lugar como esse e com esse regime?”, pergunta Daniel Silva – o do “Deus se Importa”, da Igreja Batista da Lagoinha – que confirma a chantagem emocional a que são submetidos os internos. Segundo Silva, no internato não pode haver questionamento sob o risco de o interno ser “taxado como rebelde”. Outra frase comum: “Não dificulte seu processo de libertação”.

“As cartas que a minha mãe me escrevia eram abertas e lidas antes de mim”, revela. E conta que a direção não as entregava caso o conteúdo fosse reprovado. A alegação era de que queriam poupá-los de assuntos que os pudessem deixar “sensíveis”. Ligações da família só eram recebidas com o pastor presente. Nenhuma carta pôde ser respondida, segundo Silva. A mãe – há de se deduzir – estava em “desespero”.

Mesmo que oficialmente a permanência não seja obrigatória, há casos que beiram a ocorrência policial. Foi o que ocorreu com Daniel Silva, inclusive. A pedido da mãe, uma missionária ameaçou chamar a polícia, caso o rapaz não fosse libertado. “Ela ameaçou ir com a polícia à casa [de ‘recuperação’] caso eles não me colocassem na linha [telefônica]”, relata. “[Na saída], ninguém da direção se despediu de mim”.
“Sou o melhor exemplo de que não existe ‘cura’ para homossexualidade”, conclui Sérgio Viula (co-fundador do Moses). A afirmação é corroborada pelo Conselho Federal de Psicologia. Na resolução 001/1999, o conselho trata a homossexualidade como “identidade”, não como “doença, nem distúrbio, nem perversão” e proíbe que psicólogos colaborem em “eventos ou serviços que proponham tratamento e cura” de LGBT.
Portanto, é ilegal qualquer “casa de recuperação” ou “tratamento de cura e libertação” promovidos por igrejas evangélicas com pseudoprofissionais. “A literatura científica não registra nenhum caso [de reversão]”, afirma João Batista Pedrosa, psicólogo e autor do livro “Segundo Desejo”, à revista “A Capa”. E diz mais: “estudos e pesquisas, entidades representativas e científicas de psicólogos nos EUA, na França, Espanha e no Brasil concluíram (…) [que] para que o indivíduo possa ser emocionalmente saudável e ter uma boa qualidade de vida é necessário que ele vivencie a sua verdadeira orientação sexual”.
As consequências da intolerância religiosa são dor e sofrimento. “Uso a psicoterapia há mais de 10 anos, hoje, estou com 18. Aos oito anos, um psicanalista ‘descobriu’ a minha homossexualidade, tentou revertê-la com psicoterapia e me impôs a obrigação de gostar de meninas”, diz Silva em depoimento a Pedrosa. Há três anos, ele entrou em um estado depressivo grave, com uso, inclusive, de remédios, já que ser gay “é um pecado muito grande no meio cristão”. “Somos encarados como leprosos e somos afastados de tudo e de todos”, lamenta o jovem.
Silva passou a sofrer de fobia social, depois com paranóia e “colapsos de pavor e somatizações, como: vômitos, falta de ar e taquicardia”. Tempo depois, trocado o psiquiatra por um neurologista, “a depressão atenuou a ponto de conseguir frequentar um psicólogo” – para o azar do rapaz – adepto a corrente dos que acreditam na “reversão sexual”. Silva era obrigado a assistir a filmes eróticos héteros para que “passasse a ter prazer com aquilo”. “Foi catastrófico”, diz. “Toda a minha depressão voltou”.
O jovem de 18 anos diz ser dependente de remédios e já ter tentado suicídio três vezes.
Além do dolo, beira a hipocrisia a promessa de “reversão” sexual. E revolta. “Uma vez criaram uma célula de homossexuais que se reunia na Tijuca [Zona Norte do Rio] para fazer uma espécie de terapia em grupo. Em vez de virarem heterossexuais, começou a rolar paquera”, diz Viula, ex-Moses. E continua: “Tinha gente que saía da reunião para namorar. Dentro do próprio apartamento que sediava os encontros aconteceram experiências sexuais”.
“Outra situação absurda ocorreu em um congresso da Exodus – grupo cristão internacional que combate a homossexualidade. Os caras paqueravam e ficavam juntos durante o evento”, revela Viula. “A mensagem da militância gay, que se reuniu na porta, era: ‘Nos deixem em paz’. Lá dentro dizíamos que Deus transforma. Mas quem estava no evento fazia o mesmo que o pessoal de fora”. E conclui: “Era uma incoerência total”.
“Do ponto de vista científico, é uma fraude [a promessa de reversão da orientação sexual], pois a psicologia não reconhece que seja possível”, afirma peremptoriamente Pedrosa, para lembrar da proibição, pelo conselho, que psicólogos utilizem tais práticas com pacientes. “O resultado é danoso. Os efeitos são severos distúrbios comportamentais e psiquiátricos”, alerta.
Uma das precursoras no movimento teológico inclusivo no Brasil, a Igreja Cristã Contemporânea milita para desconstruir o discurso religioso homofóbico. “Queremos levar a todos, inclusive ao público LGBT, que Deus não tem preconceito. Que tem um amor incondicional. Que nos ama tal como fomos feitos”, diz o pastor Marcos Gladstone, fundador e presidente da igreja. “É possível ter uma vida de amor e fidelidade com Deus e o companheiro – mesmo que do mesmo sexo”.
Mas a “luta” está só no começo. No último fim de semana, Gladstone e seu companheiro, pastor Fábio Inácio, foram vítimas de um vídeo criminoso, no Youtube, em que apareciam fotos do seu casamento, trilha de um forró tosco evangélico com o nome “Adão e Ivo”, de Antonio Jose Ferreira de Lima, o Toinho de Aripibu(!).
Os pastores apresentaram denúncia contra o cantor Emanuel Ferreira de Albertin e o compositor – o Aripibu(!) – no MP-RJ (Ministério Público), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do RJ e na Comissão de Combate à Intolerância Religioso por práticas de preconceito, discriminação e homofobia religiosa.
“Louvor é para adorar, exaltar, engrandecer, agradecer a Deus. Não para atacar o próximo”, lembra Gladstone. “E a democracia tem como prerrogativa a liberdade de expressão, como adoram dizer quem condena a homossexualidade. Mas é também do jogo democrático que respondamos por nossos atos, acusações e danos”.
A reportagem procurou, via e-mail, a Igreja Batista da Lagoinha – responsável pelo ministério “Deus se Importa” -, a direção do Moses e a Igreja Renascer em Cristo, citados nessa matéria. Até o fechamento da matéria, ninguém respondeu.
Por Notato Viegas

A CURA QUE NÃO LIBERTA

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