quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A morte do Pastor Gastão Martins poderia ter sido evitada?


Quem é evangélico a mais tempo talvez deva lembrar do pastor e cantor Gastão Martins, peguei um pequeno resumo do caso no blog http://palindromo.blig.ig.com.br/ e pra quem não lembra encontrei um video no you tube com uma canção dele.




Cantor Gospel Gay? 

Sim. O nome dele era Gastão Martins. Na época, um adolescente tímido o observava, quando o mesmo passeava numa casa de show, como que a contar o tempo, a esperar que a banda que fazia seu teste de som, finalizasse as precauções de macro e microfonias. Mas aquele andar, aquela virada, aquele reflexo involuntário... Não sei não, pensou o adolescente. Ah pára com isso! Repreendeu a si mesmo; o mundo é um conveniente espelho, o mundo é um espelho... relativisou suas impressões. 
O fato era que Gastão era um homem de profunda espiritualidade, que quando cantava nos fazia ficar com o espírito boquiaberto, era algo fora do comum: um homem que há alguns anos atrás sobre e sobtonava ao cantar, agora demonstrava perfeita eloqüência na técnica vocal e detalhe: tinha uma bela voz. Foi comparada a versão moderna de Vitorino Silva, uma espécie de Frank Sinatra do mundo gospel. Gastão dirigia um trabalho de “libertação” – algo semelhante ao exorcismo – numa igreja na baixada fluminense. Era casado com a filha de um cantor conhecido nacionalmente e que morava praticamente ao lado do menino que o observava. Então, pare de delirar advertiu-se o adolescente. Um tempo depois correu a notícia da morte trágica de Gastão, vítima de um assalto, diziam as mídias evangélicas, um enterro comovente, disse um radialista. 
Até que em uma bela noite o Globo Repórter exibe mais uma de suas fotografias sobre a natureza planetária, só que desta vez essa era humana e existencial. O tema daquela noite era “Garotos de programas”. O documentário mostrava como esses “garotos” faziam para sobreviver em meio à libido urbana, quanto recebiam e quanto pagavam por isso. 
Um tópico do programa dedicou seu tempo para falar dos perigos que correm aqueles que fazem uso desse tipo de serviço. Foi quando o coração do adolescente pulou: A tela exibia aquele andar, aquela virada, aquele reflexo involuntário tão familiar. Gastão Martins havia sido assassinado por um garoto de programa – que havia sido contratado pelo cantor – e agora confessava seu crime em rede nacional. Gastão perdera os olhos. Deixava seu último recado: a Igreja perdeu a visão para com oprimidos e marginalizados. Tão logo a notícia fora veiculada, não se tocava mais suas músicas nas rádios gospel e não se exibia mais seus cds nas lojas dirigidas ao público evangélico. A Igreja sem a voz e sem os olhos de Gastão... Ou a própria Igreja sem voz e sem olhos – dado o caráter de representatividade serviçal dos cantores gospel.



De fato! Quem é GG* sabe que casos como esse, não de assassinatos mas de gays no armário que traem suas esposas, é muito comum dentro das igrejas evangélicas. 
Será que esses casos não poderiam ser evitados nas igrejas evangélicas se tivéssemos uma outra visão sobre o tema? Uma visão mais inclusiva?




GG* Sigla criada para expressão Gospel Gays, que faz referencias aos gays "armariados" dentro das igrejas evangélicas.
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